“Em um universo repleto de magia e alta tecnologia, a jovem Kleopatra recebe o poder de Rah, o grande astro celestial. Ela é escolhida para impedir que uma maldição milenar, arquitetada por uma antiga entidade, mergulhe o planeta na noite eterna ao isolá-lo do resto do sistema planetário.” Essa seria a minha reimaginação de um universo inspirado na animação She-Ra e as princesas do poder.
ARGUMENTO DE SHE-RAH, A REIMAGINAÇÃO DE SHERA.
Uma construção antiga foi feita no interior das 3 luas do planeta Nilo e estas estruturas começaram a reagir nas vésperas do grande eclipse.
Kleo, uma menina comum da cidade Hatsheput, encontra um artefato que a transporta para um templo em uma das luas. Lá ela encontra um pássaro que se apresenta como Rah (é como chamam o “Sol” deles. Suspeita-se que ele seja um corpo celeste vivo), passa poderes para a menina se transformar em She-Rah e profetiza que o mundo cairá na noite eterna se as estruturas nas luas não forem desativadas.
Ela retorna ao Nilo com a missão, mas sem nenhuma de ideia de por onde começar para conseguir chegar nas luas, que estão desabitadas e proibidas de visitação há mais de 800 anos.
O “TRAILER”
Peguei alguns quadros do primeiro trailer da série original e refiz como se fossem parte desse projeto.
DESENVOLVIMENTO
Comecei a brincadeira imaginando um planeta diferente do nosso, mas com elementos inspirados diretamente na cultura egípcia. Um universo paralelo onde os deuses egípcios existem em um plano superior regendo sob uma civilização futurista e com uma magia vigente entre os humanos.
Como prometi através do Twitter anteriormente, resolvi desenvolver outros personagens baseados nos principais coadjuvantes da série Cintilante, Arqueiro e Felina, que respectivamente se tornaram Nef, Rami e Bast. Lembrando que tudo é uma adaptação e os personagens podem ter características semelhantes, mas não são os mesmos das mitologias e o universo inteiro é outro (como se fosse um “planeta Terra paralelo” mesmo).
Kleo: Pensei em uma menina (talvez um pouco mais jovem que a protagonista da série nova) chamada Kleopatra (mas sem uma relação direta com a Cleópatra egípcia. Seria mais como uma referência mesmo) que ganharia os poderes do deus sol, Rah, e uma missão.
Nef: Para pensar nessa personagem comecei buscando por Khonsu, o deus da lua no antigo Egito, por conta da relação entre o Sol e a Lua na amizade entre Nef e Kleopatra (por estar ligada a Rá, o deus Sol). Logo acrescentei elementos que lembre as 3 luas do planeta. O seu nome vem de Nefertari Meritmut, uma grande rainha egípcia de mais de mil anos antes de cristo e esposa de Ramsés II (que este tem sua referência no personagem seguinte).
Rami: Busquei por arqueiros africanos e acabei reunindo alguns elementos que estão correlacionados, mas tem a ver com o atributo. Nesta coleção acrescentei uma antiga escultura de madeira que representa um exército núbio (Núbia é uma região situada no Vale do Nilo entre o Sudão e o Egito), uma figura de Ramsés II e o azul e elementos de dentes de animais do orixá Oxóssi. Estes possuem o arco e flecha como elementos importantes.
Bast: É a que tem a referência mais direta, neste caso a Bastet, a deusa egípcia da fertilidade. A relação aqui entre a construção dessa personagem como uma espécie de antagonista se torna quase inevitável quando a deusa está relacionada ao fenômeno do eclipse solar, se encaixando perfeitamente no lado oposto, mas não tanto, do deus Sol. Achei interessante pensar nessa relação que faria sentido com personagens que seriam antigas amigas que brigaram, mas ainda se amam.
Kherpy: Um personagem que entra como o Ventania, o cavalo amigo da She-Ra, mas neste caso em forma do robô escaravelho com nome inspirado no deus besouro Khepri, que rolou o sol para fora do submundo. Mais uma deidade ligada ao Sol que pode ser lido como uma das formas de Rá.
Então é isso, todos os argumentos desse projeto são parte de um conjunto de ideias maiores minhas que estão em desenvolvimento para alguma adaptação em quadrinhos sobre um universo afrofuturista, mas por enquanto fico por aqui exercitando esses pensamentos… ^_^
Referências:
Comecei buscando elementos egípcios que estivessem ligados ao deus do sol.
Resolvi adaptar o Ankh, ou cruz ansata, como uma espada usando como referência um tesouro encontrado na tumba de Tutancâmon. O Ankh (leia-se “anrr”) é um símbolo da vida, da fertilidade ou, também, da vida eterna que os deuses egípcios carregam em várias representações.
Como a ideia era criar uma história afrofuturista, decidi referenciar Sun Ra, um artista de jazz pioneiro do tema que usava elementos egípcios misturados a aventuras intergaláticas nos anos 60 e 70, isso com um visual super inspirador e revolucionário para época. Além disso, “Sun Ra” e “She Rah”… caiu bem a referência ^_^
O logo de She Rah traz uma leve referência ao “Olho de Hórus”, ou ‘Udyat’ em hieróglifo, na letra “S”, que, além de ser um dos símbolos mais famosos, também já foi conhecido como o “Olho de Rá” e poderia ser alguma ligação entre a personagem e outro deus…
Alguns links:
http://www.experience-ancient-egypt.com/egyptian-religion-mythology/egyptian-gods-and-goddesses
https://www.ancient-origins.net/myths-legends-africa/life-and-death-ramesses-ii-001822
http://www.unesco.org/culture/museum-for-dialogue/item/en/70/model-of-nubian-soldiers
https://en.wikipedia.org/wiki/Hatshepsut
https://en.wikipedia.org/wiki/Nefertari
https://en.wikipedia.org/wiki/Bastet
https://en.wikipedia.org/wiki/Ankh
https://antigoegito.org/deusra/