Art of Olympics – Rio 2016

Art of Olympic Opening Ceremony — Rio 2016 (2015–2016)

Atuei no setor de arte conceitual das cerimônias olímpicas Rio 2016 criando storyboards, ilustrações e tratamento de pós-produção 3D na empresa Cerimônias Cariocas.

No final de maio de 2015 comecei a participar da equipe criativa da empresa Cerimônias Cariocas (formada pela agência brasileira SRCOM e a italiana Filmaster). E foi algo inacreditável. Algo que duvidei até o último segundo. Afinal de contas, no que eu estaria sendo útil ali em meio a pessoas tão maravilhosas? Entre elas, pessoinhas geniais que eu já admirava há muito tempo como Fernando Meirelles, Andrucha Waddington, Daniela Thomas, Debora Colker… enfim, aquela sensação eterna de “quem sou eu na fila do pão” <3

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Tímido e com muito medo de fazer merda o tempo todo, iniciei esse novo ao lado de grandes mestres. Sim, participei da produção de uma cerimônia olímpica! Acho que essa ficha não vai cair nunca.

O conceito desta cerimônia de 2016 sempre me chamou a atenção pela ousadia e quebra de padrões, tanto no lado técnico como na forma de contar a história. Negros, mulheres, trans, gays, foi um show de representatividade para todos os lados e MUITO amor envolvido para mostrar esse Brasil plural que nós somos. Participar de algo dessa magnitude é algo ímpar e ainda mais no momento tão importante que estamos vivendo na história do Brasil e do mundo.

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As cerimônias são feitas para representar o estado e o país cede da olimpíada e o objetivo desse show de abertura era, além disso, inspirar a nação. Um momento de respiro que estamos precisando.

EU NÃO CRIEI NADA!
Não, nenhuma arte minha estava no show. Eu atendia aos briefings dos diretores de arte, de dança ou de cena que chegava até a mim através de seus assistentes que passavam, às vezes para outras pessoas e por aí vai.

Participei de uma equipe ENORME formada por brasileiros e estrangeiros de várias partes do mundo e eu atendia a parte da equipe criativa que elaborava uma apresentação de pré-visualização das cerimônias de abertura e encerramento (que falarei na segunda parte). Toda a equipe tinha total abertura para opinar, o que tornava tudo bastante homogêneo.

Um pedacinho da equipe
Um pedacinho da equipe
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Créditos no livro que o público recebeu.

A produção é uma mistura de elementos da produção de um filme com uma peça teatral ao mesmo tempo, e ao vivo. Algo muito louco que só na hora que é possível entender.

Iniciei criando storyboards em nanquim de maneira quase instantânea para atender uma série de demanda e de atualizações do show. Esses trabalhos sempre iam para uma apresentação de slides que serviam de base para explicar a narrativa do evento (como uma história em quadrinhos, explicando cena por cena) em reuniões com patrocinadores, equipe técnica, artistas e qualquer outro que fosse participar de maneira mais efetiva.

Mais tarde, comecei a produzir os storyboards em pintura digital e tratar imagens modeladas em 3D (Feitas por André Gama) das cenas que eu fazia em 2D anteriormente. Aprendi muita coisa no processo, trabalhar com storyboard nunca foi meu forte e pós-produção 3D era algo que nunca havia feito. O resultado foi bem satisfatório e agradou de modo geral.

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Para quem é da área sabe que é basicamente um trabalho de arte conceitual que envolvem coisas que acontecem por trás das câmeras ou no mundo das ideias. Era um exercício diário de viajar pela mente dos diretores para tentar traduzir de uma série de loucuras artísticas para o mundo real, ou quase isso.

Ver o resultado das centenas de cenas que ilustrei, das dezenas de versões que me passaram, das intermináveis atualizações… foi emocionante demais! Uma sensação de dever cumprido e orgulho em participar disso que nunca havia sentido e acho não existe palavra para descrever algo assim.

Arte feita como forma de despedida dessa cerimônia 🙂A arte acima foi feita primeiramente como uma capa para o podcast Mamilos do qual participei dando uma entrevista também. Ouçam AQUI e fica a minha indicação de um dos meus podcasts preferidos ^_^

A cerimônia foi linda, foi importante, foi brasileira e muito significativa para o mundo inteiro (ou uma audiência de cerca de 3 bilhões de pessoas). Fui uma pecinha bem pequenina no meio das engrenagens desse evento tão épico e sou muito grato por isso.

 

Art of Olympic Closing Ceremony — Rio 2016 (2015–2016)

Também participei do encerramento criando storyboards, ilustrações e tratamento de pós-produção 3D.

As Olimpíadas e Paralimpíadas Rio 2016 se foram e só ficou faltando uma postagem para um resumo final da minha participação como ilustrador nas cerimônias. Na postagem anterior eu já expliquei (pelo menos tentei) tudo o que podia sobre a minha participação e quanto foi significativo para a minha carreira ter passado por essa experiência e agora só gostaria de contar um pouquinho do encerramento olímpico, abertura e encerramento Paralímpico.

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A cerimônia de encerramento das olimpíadas foi bastante fiel aos conceitos criados por Rosa Magalhães. Acabei tendo uma participação bem menor e por conta da correria na abertura e pelo formato da apresentação ser mais linear (com mais coreografias do que cenas) as minhas ilustrações e storyboards foram mais específicos e trabalhei muito com a pós-produção 3D também.

Burle Marx Gardens

Dia 21 de agosto de 2016 e lá estava ela, uma festa linda e surpreendente! Surpreendente porque eles não ensaiaram em nenhuma só vez no Maracanã e muitos que trabalharam na produção, como eu, não haviam visto muita coisa ao vivo mesmo. Mesmo sob MUITA chuva no “Sertão” de Rosa Magalhães, deram um show!

Essas mãozinhas talvez seja a única coisa que preparei a arte final e apareceu de fato no show.

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E no fim uma chuva artificial apagou a tocha no meio da chuva live action, foi bem loco ^_^
Créditos
Equipe no livro de créditos da cerimônia 🙂

Acabaram as Olimpíadas…

Mas no dia 7 de setembro começaram as Paralimpíadas e a abertura foi maravilhosa (sim, foi tudo maravilhoso, foi lindo, foi “Fora Temer”, foi incrível e passo o pano mermo!). Chovia e chovia muito, mas nada impediu que promovessem um show fantástico!

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Logo que comecei a trabalhar nas Cerimônias fiquei temporariamente no Paralímpico fazendo alguns ajustes em ilustrações feitas anteriormente, mas não trabalhei lá efetivamente com a equipe. Na equipe deles, quem fez a mesma função que a minha foi o Sérgio Glenes (2D) e o Hugo Mattos (3D), busca aí que os caras são monstros! Os responsáveis criativos do show foram Paula Mello, Fred Gelli, Marcelo Rubens Paiva e Vik Muniz. E, tirando a Paula , tive pouca oportunidade de trabalhar com os outros.

Acabei retornando para minha função de quebra galho na reta final no enceramento. Chegou o dia 18 de setembro e o encerramento foi tipo a festa do tetra. “Alegria” de Ivete Sangalo tocando sem parar (e em loop) na cabeça de todo mundo (com um pouco de álcool tudo melhora), confetes, chovendo de novo (ô povo azarado), gente chorando, MUITA emoção…

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Trabalhar em 4 cerimônias olímpicas foi algo de… Não cair a ficha.

Pronto. É isso, foi maravilhoso e inesquecível.

Vivi essas Olimpíadas e Paralimpíadas como jamais imaginei e com isso reuni bastante história para contar para as próximas gerações 🙂

Até mais!

[EXTRAS]

Assista às cerimônias na íntegra no YouTube Oficial das Olimpíadas e Paralimpíadas pelos links abaixo 😉

Abertura Olímpica | Encerramento Olímpico

Abertura Paralímpica | Encerramento Paralímpico